domingo, 20 de julho de 2014
Chuva antiga - José Eduardo Degrazia
A chuva escreve
hieroglifos
na janela do ônibus.
Cada pingo
traça um sonho
cada sonho respinga
uma saudade
e desenha um rosto
na paisagem
que passa.
A chuva termina
o sonho acaba
e o ônibus vai embora
sem se importar
com teu rosto
e com meu sonho.
Autor: José Eduardo Degrazia
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Nas aulas - Marcelo Gama
Aulas, minhas inimigas!...
O lente fala... Atenção!
E eu escutando cantigas
Que me ensina o coração.
Mau compêndio de ciência...
Botânica sem valor...
Não faz uma referência
a ti, que também és flor!
O jogo dos corações
é como o das loterias:
eu jogo todos os dias
e nem aproximações!
Este mês, por culpa tua,
já perdi três sabatinas!
Se as pedras da tua rua
me consomem as botinas!...
A gente, quando quer bem,
pode ter o lábio mudo,
que os olhos... não se contêm:
os olhos confessam tudo.
Se, como diz o ditado,
a ocasião faz o ladrão,
não te distraias, cuidado!
que eu posso ter ocasião
e roubar-te o coração...
Autor: Marcelo Gama
O lente fala... Atenção!
E eu escutando cantigas
Que me ensina o coração.
Mau compêndio de ciência...
Botânica sem valor...
Não faz uma referência
a ti, que também és flor!
O jogo dos corações
é como o das loterias:
eu jogo todos os dias
e nem aproximações!
Este mês, por culpa tua,
já perdi três sabatinas!
Se as pedras da tua rua
me consomem as botinas!...
A gente, quando quer bem,
pode ter o lábio mudo,
que os olhos... não se contêm:
os olhos confessam tudo.
Se, como diz o ditado,
a ocasião faz o ladrão,
não te distraias, cuidado!
que eu posso ter ocasião
e roubar-te o coração...
Autor: Marcelo Gama